York University
Universidade Federal de Pernambuco
Castanha Mecânica
Culture and Expression York University
SHADD_hub
York University
O “Fragmentos da Memória: Representações Artísticas de Vidas na Diáspora” é um projeto que visa combinar estudos relativos à História da Diáspora Africana em contextos internacionais, com produção artística da África Global. Biografias são o foco central deste projeto e seu conceito baseia-se na criação de experiências visuais representando as vidas de indivíduos que viveram a escravidāo como parte de suas existência entre os séculos XV e XIX. Homens, mulheres e crianças africanas acorrentados em navios negreiros, levados para diferentes partes do mundo deixaram testemunhos, relatos e biografias. Historiadores e estudiosos ao redor do Globo vêm trabalhando nas trajetórias de vida desses indivíduos, rastreando seus movimentos, a transformação e recriação de novas identidades, suas culturas, os seus escritos ou o tendo seus registros pessoais em documentos produzidos na Europa, Ásia, África e nas Américas. O projeto é parte do SHADD-hub (York University) onde muitas das fontes históricas estão armazenadas e exibidas online. O projeto Fragmentos da Memória também é parte da iniciativa artística-cultural Rota dos Escravos: Resistência, Liberdade e Patrimônio, da UNESCO.
Este projeto baseia sua produção em uma abordagem metodológica dialógica e multidisciplinar. Desta forma, desenvolvemos um espaço metafórico e crítico para o diálogo entre a pesquisa acadêmica e as artes. Artistas com diferentes estilos, inspirações e formações, trabalhando com diferentes linguagens e suportes artísticos são convidados a tomar parte em workshops junto a uma seleção de pesquisadores que trabalham particularmente com biografias e experiências de vida de pessoas da Era do Tráfico de Escravos. Documentos históricos, fontes secundárias e referências estéticas são traduzidas e inseridas em conjunto a um processo de imersão dos artistas e acadêmicos convidados. Os resultados desta experiência não são finais, mantendo-se em constante produção. Em outras palavras, é um passo ao longo do caminho. Um caminho como metáfora de “quilombo” Um espaço para onde aquelas pessoas escravizadas podem vir a escapar uma vez mais: das muralhas altas da academia e alcançar horizontes diferentes. Também o caminho que leva a uma “encruzilhada” onde conhecimento artístico e criatividade acadêmica se encontram.
Este projeto de História Pública e Arte deu seu primeiro passos mais concreto em fins de 2015. Bruno R. Véras, diretor do projeto, possuía notas e reflexões esboçadas a partir de sua experiência desenvolvendo o projeto de educação artística “África Aparece” (vencedor do Prêmio Nacional Antonieta de Barros para Promoção da Igualdade Racial). Em Outubro de 2015, o designer e ilustrador Pablo Parra enviou a Véras uma mensagem pelas redes sociais abordando o Projeto Baquaqua e sua direção artística, além das atividades de pesquisas dos Professor Paul E. Lovejoy e Nielson Bezerra. Iniciado este diálogo, novas ideias surgiram, novos artistas e acadêmicos juntaram-se ao projeto e a proposta dos workshops de pesquisa-criação foram criados. O conceito do projeto Fragmentos da Memória foi desenvolvido com o suporte do Prof. Lovejoy, Prof. Daniel Yon. Assim parcerias fundamentais com o secção do HGA, da UNESCO, e o SHADD_hub foram formadas. O lançamento deste projeto se deu em outubro de 2019, na York University (Canadá), marcando o início de uma série de palestras, exibições itinerantes e parcerias com instituições acadêmicas e espaços artísticos.
A identidade visual central do website visa proporcionar ao público um layout limpo, acessível e neutro, tendo fontes padronizadas e uma paleta de cores roxa e cinza. Cada diferente edição do projeto - que podem ser acessadas diretamente da barra de menus - tem seu esquema de cores e design exclusivos, o que reflete a individualidade de cada uma dentro do projeto em geral. O banner central na página inicial é uma peça de mídia mista criada por Billy Parrell. Esta incorpora imagens impressas (fotografias de Leandro Verissimo) do bailarino Hélio Lima, atuando em “Baquaqua: Corpo e Fé Africana”. Parrell usou tinta acrílica e corantes sintéticos para a peça, que posteriormente foi editada digitalmente por Fernanda Sierra Suárez, também consultora de design do site. O front-end do site foi desenvolvido em HTML5 e um framework de bootstrap, disponibilizando classes de códigos Javascript e CSS padronizadas para posterior adaptação. A versão atual do site foi codificada por
Fahad
Qayyum e co-desenhada por Pablo Parra entre 2019-2020.
Bruno R. Véras é historiador e também produtor cultural com trabalhos voltados para as assim chamadas Humanidades Digitais e arte-educação. Suas pesquisas focam na história da África e da escravidão em contenxto global. Dirigiu projetos educacionais premiados em diferentes contextos do sul global, coordenou projetos do programa de Programa Arquivos Ameaçados do British Library e workshops de treinamentos em pesquisa. Ele é diretor da iniciativa de História Pública Projeto Baquaqua e co-diretor do SHADD_hub. Seu trabalho como consultor da UNESCO em estudos e História Afro-Brasileira resultou em exibições museológicas e de arte. É também produtor de documentários e de iniciativas de arte e performances no Brasil, Uganda, África do Sul, Nigéria, Canadá e Egito.
Pablo Parra (PunkArt Macumba) é um artista gráfico brasileiro de São Paulo e parte de múltiplos circuitos artísticos na América Latina. Ele possui pós-graduação pela UNICAMP, Campinas, e larga experiência como diretor de arte em agências de comunicação e em ilustração, desenho para bandas de Rock alternativas e participação em circuitos internacionais de arte independente. Suas ilustrações destacam densidade e irregularidade de figuras na busca por uma combinação entre as estéticas punk e da literatura de cordel. Temas da vida política e o existencialismo são também temas em seus trabalhos.